sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Padrão Social

            O pensamento mudou as pessoas, e o modo como agimos mudou o mundo. Seguimos um padrão social onde qualidade de vida significa ter status, dinheiro, boa aparência e poder. Se tivermos tudo isso, seremos felizes. Antigamente tudo era mais simples, o amor era verdadeiro e não ostentação, as amizades eram conquistadas e não compradas, dinheiro era recompensa e não necessidade.
          Somos tão movidos pelo novo que acabamos transformando grandes invenções em rotina, deixamos as criações que tinham o objetivo de desenvolver e ajudar o homem, acabar com ele.  A televisão, por exemplo, que antes unia famílias agora as separa.  Atualmente tudo é mais rápido, maior e melhor, por isso com consequências maiores. Trocamos a simplicidade pela praticidade e o tradicional pelo novo.
        Vivemos um padrão, ditado por uma sociedade com pensamentos revolucionários e sem atitudes. O comportamento das pessoas é comandado pela mídia e pelos meios de comunicação. Eles nos dizem como pensar, agir, o que vestir, comer, ou qualquer outra coisa que nos leva ao consumo exagerado em busca de uma perfeição que na verdade não existe, e sim, foi criada pelo homem. 
        Antigamente tinha-se menos recursos e oportunidades, contudo mais pensamento crítico, atitudes e valores. A mudança no modo de vida e no pensamento das pessoas nos traz vantagens no desenvolvimento econômico e mundial, porém crescemos materialmente, e não, mentalmente.

Turistas

Ação e reação.

        Toda ação tem uma reação, seja ela grande ou pequena, boa ou ruim, mudando a vida de milhares de pessoas ou não. Desde as guerras entre os países, a corrupção dos políticos aos problemas sociais. A sociedade é comandada pela elite, onde os “grandes” não são afetados por suas próprias atitudes.
            Nossa realidade é expressa na musica de Renato Russo: “A canção do senhor da guerra.”Nela ele diz “A guerra gera empregos, aumenta a produção.” Como por exemplo os Estados Unidos, onde boa parte das indústrias são voltadas para a produção de armamentos bélicos. Eles levam suas armas a países em guerra, seu território não é afetado e com isso ficam cada vez mais ricos.
          Nossos valores mudaram e fazemos de tudo para lucrar. Outro exemplo disso é a corrupção, políticos compram votos, roubam dinheiro da população e saem impunes, enquanto isso pais roubam para alimentar seus filhos, são presos e mal tratados. A população é manipulada pro promessas e mudanças que dificilmente acontecem, enquanto os políticos lutam para manter o seu estilo de vida, crianças lutam para sobreviver.
          A falta de consciência é tanto que casamento passou a significar status, cada vez mais vemos pais que chegam em casa e descontam seus problemas nos filhos. Todos os dias crianças sofrem maus tratos nas mãos de pessoas que as deveriam proteger, as atitudes dessas pessoas aumentam o número de crianças violentadas e, mais tarde, de futuros agressores. O jeito com que essas crianças são criadas poderá mudar a nossa realidade daqui para frente.   
      O homem tem como objetivo o desenvolvimento e para isso passa por cima de qualquer obstáculo. A lei é a mesma para qualquer um de nós no papel, mas, na prática, somos diferentes. A elite aponta e culpa a quem puder pelo que acontece ao seu redor. Para mudarmos nossa realidade, é preciso mudar o modo como pensamos e agimos.
    

O mundo que criamos.

            Séculos passaram, as pessoas evoluíram e o mundo se transformou. Nossas atitudes mudaram o mundo, e as consequências delas mudarão o nosso futuro. O que chamamos de evolução tem acabado com os princípios do homem.   
          Cada vez mais vemos shoppings lotados, bibliotecas vazias, inteligente é aquele que sabe tudo da novela e da vida dos famosos, pais comprando seus filhos e pessoas obcecadas pelo sucesso. Nós não nos vemos dentro dessa sociedade egoísta, queremos mudar o mundo, mas não nos preocupamos com os problemas que estão na nossa frente. 
           Criamos uma geração onde as pessoas não sabem se relacionar, não se preocupam com os outros, cada vez menos temos sentimentos e mais ganância. Todos os dias passamos por um morador de rua e achamos isto normal. Ídolo não é o pai de família que alimenta seus filhos com um salário mínimo, mas sim músicos, jogadores que mal sabem da sua existência. 
             Assim, queremos mudanças, mas fazemos parte dessa mesma sociedade que amamos criticar, reclamamos da falta de amor, quando nem sabemos o que ele realmente significa. Cabe a nós voltar à simplicidade do passado, onde a felicidade não significava a perfeição, onde escutávamos, vivíamos e amávamos mais, sem preconceitos, sem cobranças, onde viver era mais fácil, pois o único objetivo era ser feliz. 

Mude o seu mundo.

        O dia nasce e as pessoas esquecem, a criança sorri e as pessoas esquecem, o tempo passa e parecemos não nos importar, nós nos esquecemos de viver. Ser gentil é mais importante que estar certo, a direção é mais importante que a velocidade, o caminho é mais importante que o final, nós somos mais do que as pessoas podem ver.
         Quando vemos desastres na televisão, assassinatos e tragédias nos interessamos. Agora, quantos de nós percebemos o que se passa em nossa frente? Pessoas do seu bairro, de sua cidade, que passam por seus próprios desastres. Entretanto, com isso, ninguém parece se importar.
       Não damos valor para as coisas pequenas, pois só grandes conquistas são motivo de orgulho. Acordamos todos os dias pensando em nossas responsabilidades planejamos um novo dia, todos os dias. Podemos viver com os problemas ou encontrar soluções, podemos sorrir todos os dias ou não ter motivos para sorrir.
        As pessoas valorizam o erro e não a tentativa, o fracasso e não o sucesso, a briga e não o perdão, a crítica e não o elogio. Não percebemos que pequenos gestos, porém, grandes atitudes podem mudar o dia de alguém. Com isso enxergamos os problemas de uma maneira diferente e encontramos soluções para eles, mais facilmente. Porém, cada vez mais nós olhamos para o nosso “eu” e nos esquecemos dos outros. 

O novo jeito de amar.

          Hoje em dia é mais fácil amar, é mais fácil ter um namorado, é mais fácil encontrar o amor da sua vida. Hoje em dia, no entanto, é mais fácil perder tudo isso, pois amar alguém é o resultado da sua beleza, do quanto ela é popular, de quantos seguidores e amigos ela tem nos seus sites de relacionamento.  Amar se tornou fútil. Acreditar no amor se tornou ridículo.
         Festas cada vez mais cheias de meninas com roupas cada vez mais curtas, sem respeito por elas mesmas, que chegam e saem sozinhas, meninos que saem de casa para “pegar” várias, aumentar sua lista, chegam e saem sozinhos.  A vida nos deixou cegos e esquecemos como era realmente sentir e se importar com alguém.
       Escrever “Eu te amo” não é o mesmo que dizer, copiar frases prontas, poemas de escritores famosos, dizer qualquer coisa para agradar, escrever textos bonitos, quando o amor não deveria ser bonito e sim verdadeiro. Nossos rostos plastificados, carros, casas compram um amor. Não queremos que ele seja verdadeiro, pois fazemos de tudo para não envelhecermos sozinhos. 
        Tornamo-nos maquinas do sucesso, cegos pelo orgulho passando por cima das pessoas. Temos vergonha de fazer loucuras pela pessoa que amamos, falar “eu te amo”, andar de mãos dadas, para não chamarmos atenção ou não parecermos ridículos. Temos vergonha de ser feliz. A verdade é que esquecemos de amar, buscamos a felicidade material, sonhamos com o sucesso e esquecemos o que é real. Vivemos para o futuro e esquecemos de sorrir e amar mais a cada dia.
 

Memórias da infância

     
       Quando crianças, experimentamos vários sabores, nos adaptamos a uma cultura, rejeitamos ou adoramos alguns alimentos. Esses fatores definem nosso gosto atual.          
             Tenho poucas memórias de minha infância. A maioria delas é do tempo de escolinha. A convivência com os colegas, as brincadeiras, a turma toda reunida para as refeições. Quando penso nesse tempo, logo me lembro dos copos cheios de suco de laranja, bolos de chocolate, a fila para repetir o prato, a batata frita e a tão esperada sobremesa.
            Durante a tarde, em alguns dias, enquanto meus pais trabalhavam, eu ficava assistindo filmes com a minha irmã, comíamos pão de queijo, pipoca e torta de bolacha.Em minha infância nunca comi coisas saudáveis, odiava tomar água e comer salada, por mais que meus pais insistissem. Acredito que com a maioria das crianças tenha sido assim.
             O alimento que mais atraía era o Mc Donald’s, os brinquedos que vinham de brinde com os lanches, os palhaços e as propagandas na TV faziam a alegria de qualquer criança. Lembro que minha recompensa por me comportar era ir à lanchonete. 
      Desde criança estamos experimentando novos sabores, continuamos com as mesmas preferências ou mudamos com o tempo. Cada um tem o seu gosto e isso é resultado da forma com que fomos criados.